Durante o processo de envelhecimento populacional também ocorreu o aumento da prevalência de doenças crônicas e que comprometem a autonomia, como por exemplo, as demências. Os dados da World Alzheimer Association mostram que 50 milhões de pessoas vivem com demência no mundo. Os seus impactos afetam o idoso, familiares, cuidadores e a economia. Estima-se que os custos globais anuais com demência seja de aproximadamente 818 bilhões de dólares. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é a demência mais comum, representando 60-70% dos casos.

Além do prejuízo cognitivo (memória, pensamento e comportamento), a DA está associada a déficits funcionais, comprometendo as atividades de vida diária e a marcha. A variabilidade da marcha e o baixo desempenho desta tarefa também está associada como preditor de demências. A segurança da marcha requer um processo cognitivo complexo. A redução da velocidade está associada ao risco de quedas, declínio cognitivo, institucionalização e mortalidade. O prejuízo na atenção e nas funções executivas estão associadas ao ritmo mais lento e maior variabilidade durante a caminhada. Alterações na marcha podem ocorrer até 12 anos antes do diagnóstico do comprometimento cognitivo.

Apesar de não haver atualmente tratamentos que impeçam o progresso da doença de Alzheimer, há medicamentos para tratar os sintomas de demência. Hoje em dia, os pesquisadores continuam a buscar tratamentos mais eficientes e a cura, além de formas para impedir o Alzheimer e melhorar a saúde cerebral.

Problemas com a memória, dificuldade principalmente em lembrar informações recentemente aprendidas, são normalmente os primeiros sintomas da doença de Alzheimer.

ATENÇÃO! NEM TODA PERDA DE MEMÓRIA É ALZHEIMER!

No entanto, não se preocupe, para ser caracterizado como Alzheimer provavél além do comprometimento de memória deve haver comprometimento nas atividades de vida diária. Quando estamos preocupados, estressados e com o envelhecimento também acabamos tendo pequenos esquecimentos, mas se este esquecimento começar a afetar outras tarefas diárias ou vir seguido de uma mudança de comportamento recomenda-se que procure um Geriatra, Psiquiátra ou Neurologista.

Além da perda de memória, os sintomas de Alzheimer incluem:

  • Problemas para completar tarefas que antes eram fáceis;
  • Dificuldades para a resolução de problemas;
  • Mudanças no humor ou personalidade; afastamento de amigos e familiares;
  • Problemas com a comunicação, tanto escrita como falada;
  • Confusão sobre locais, pessoas e eventos;
  • Alterações visuais, como problemas para entender imagens;
  • Alterações motoras.

Entenda o que acontece no cérebro de uma pessoa com demência

As células do cérebro no hipocampo, uma parte do cérebro associada com o aprendizado, são normalmente as primeiras a serem danificadas pelo Alzheimer. É por isso que a perda de memória, principalmente a dificuldade em lembrar informações recentemente aprendidas, é normalmente o primeiro sintoma da doença.

Na doença de Alzheimer, as partes degeneradas do cérebro destroem as células nervosas, o que reduz a capacidade de respostas aos mensageiros químicos (neurotransmissores) que transmitem sinais de uma célula nervosa para outra. A acetilcolina, que é um neurotransmissor que ajuda a memória, aprendizado e concentração está baixo.

Acontece acumulação de uma proteína chamada beta-amilóide, placas senis, emaralhados neurofibrilares e aumento de proteína Tau. Tais anomalias se desenvolvem em algum grau em todas as pessoas à medida que envelhecem, mas são muito mais numerosas em pessoas com a doença de Alzheimer. Os médicos não têm certeza se as anormalidades no tecido cerebral causam a doença de Alzheimer ou resultam de algum outro problema que faz com que ocorra tanto a demência quanto as anormalidades no tecido cerebral.

Como prevenir?

Algumas pesquisas apontam para:

  • Controlar os níveis de colesterol: Algumas evidências sugerem que possuir níveis elevados de colesterol pode estar relacionado com o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Assim, as pessoas podem se beneficiar de uma dieta baixa em gorduras saturadas e, se necessário, medicamentos (como as estatinas) para diminuir o colesterol e outras gorduras (lipídios);
  • Controlar a Hipertensão: A pressão sanguínea alta pode danificar os vasos sanguíneos que transportam o sangue para o cérebro e, assim, reduzir o suprimento de oxigênio do cérebro, possivelmente interrompendo as conexões entre as células nervosas;
  • Praticar exercícios: O exercício ajuda a melhorar a função do coração e, por razões pouco claras, pode ajudar no melhor funcionamento do cérebro;
  • Manter-se mentalmente ativo: As pessoas são incentivadas a continuar fazendo atividades que desafiam a mente, como o aprendizado de novas habilidades. Mas estas atividades precisam ser de fato desafiadoras;
  • Beber álcool em pequenas quantidades: Em pequenas quantidades (não mais que 3 doses por dia), o álcool pode ajudar a diminuir o colesterol e manter o fluxo sanguíneo;

Fatores de risco

  • Idade. O avanço da idade é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. A maioria das pessoas diagnosticadas com Alzheimer tem 65 anos de idade ou mais. Mas em alguns casos pode começar de forma prematura;
  • Membros da família com Alzheimer. Se os seus pais ou irmãos desenvolverem Alzheimer, você tem uma maior probabilidade de também desenvolver a doença do que alguém que não tenha um parente de primeiro grau portador de Alzheimer. Os cientistas não compreendem completamente o que causa o Alzheimer nas famílias, mas fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida podem influenciar;
  • Genética. Os pesquisadores identificaram diversas variações genéticas que aumentam as chances do desenvolvimento da doença de Alzheimer. O gene APOE-e4 é o gene de risco mais comum associado ao Alzheimer;
  • Transtorno Cognitivo Menor (Comprometimento cognitivo leve). Os sintomas incluem alterações na capacidade de pensar, mas esses sintomas não interferem com a vida cotidiana e não são tão graves como os causados por Alzheimer ou outras demências progressivas;
  • Doença cardiovascular. As pesquisas sugerem que a saúde do cérebro está fortemente relacionada com a saúde do coração e dos vasos sanguíneos. O cérebro obtém do sangue o oxigênio e nutrientes necessários para o seu funcionamento normal, e o coração é o responsável por bombear sangue para o cérebro. Portanto, fatores que causam doenças cardiovasculares também podem estar relacionados com um maior risco de desenvolvimento de Alzheimer e outras demências, incluindo fumar, obesidade, diabetes, alto colesterol e alta pressão sanguínea na meia-idade;
  • Educação e Alzheimer. Estudos associaram menos anos de educação formal com um maior risco de Alzheimer e outras demências. Não há um motivo claro para essa associação, mas alguns cientistas acreditam que mais anos de educação formal podem ajudar a aumentar as conexões entre os neurônios, permitindo ao cérebro o uso de rotas alternativas de comunicação entre os neurônios ao ocorrerem mudanças relacionadas com o Alzheimer e outras demências;
  • Traumatismo craniano. O risco da doença de Alzheimer e outras demências aumenta após um traumatismo craniano moderado ou grave, como uma pancada na cabeça ou ferimento no crânio que cause amnésia ou perda de consciência por mais de 30 minutos.

Como tratar?

O tratamento da doença de Alzheimer envolve medidas gerais para proporcionar segurança e apoio, da mesma forma que para todas as demências. Além disso, determinados medicamentos podem ajudar por um tempo. A pessoa com doença de Alzheimer, os familiares, outros cuidadores e os profissionais da área da saúde envolvidos devem discutir e decidir sobre a melhor estratégia a ser seguida.

São tratadas a dor e outras doenças ou problemas de saúde (por exemplo uma infecção do trato urinário ou uma constipação). Esse tratamento pode ajudar a manter a função em pessoas com demência.

A Fisioterapia atua tanto de forma preventiva como na manutenção, estimulando a funcionalidade dentro do que é ainda é possível, mas prevenindo as complicações da doença. É um trabalho tanto físico como de estimulos cognitivos (dupla tarefa). Nas fases mais avançadas previne-se complicações motoras e respiratórias do imobilismo. Além das orientações de adpatações para permitir o potencial do paciente, orientações de familiares e cuidadores e ainda na comunicação com a equipe que acompanha este idoso. De qualquer forma este idoso precisa ser estimulado, bem como sua independência. Sua família e rede de cuidadores acolhidos e orientados.

Qual exame que faço?

Não existe um simples exame que indique se a pessoa tem a Demência de Alzheimer. O diagnóstico requer uma ampla avaliação médica, a qual pode incluir: Histórico médico familiar, exame neurológico, bateria cognitiva realizada por neuropsicólogo (demora alguns dias), exames de sangue para descartar outros sintomas, Exames de imagem cerebral.

O diagnóstico de certeza só será possível com o exame histopatológico do tecido cerebral, obtido por biópsia ou após a morte por necropsia.

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